No Domingo seguinte, fui ansiosamente com minha família à missa da manhã, na intenção de mais uma vez me encontrar e conversar com Cristo.
Chegando à Igreja, chamou-me a atenção um grupo de mendigos, que todos os dias ficam à entrada pedindo esmolas. Jamais lhes dei alguma coisa, pois sempre os julguei parasitas sociais que pegariam minha esmola e correriam para o primeiro bar a fim de se embriagarem. Naquele Domingo, porém, ao vê-los, abri minha carteira e distribui alguns trocados entre todos. Minha família, que nada sabia do meu encontro com Cristo, olhou-me com espanto; minha esposa, inclusive, tentou puxar-me pelo braço, mas nada conseguindo, foi entrando com nossos filhos, deixando-me sozinho.
Fiquei pensando comigo: “Jesus está vendo este meu ato de bondade e, com certeza, há de se alegrar comigo! Isso contará para a minha salvação!”
Entrei na Igreja sem olhar para ninguém, juntei-me à família e participei o mais piedosamente possível da missa, que pareceu estender-se mais do que nunca. Finalmente, chegou o momento da comunhão, fui para a fila, comunguei, voltei para meu lugar, ajoelhei-me e disse mentalmente para Jesus:
— Eis-me aqui, Jesus. Fala que eu te escuto.
E permaneci em silêncio, de olhos fechados, aguardando. Depois de alguns instantes, senti Jesus falar comigo.
— Obrigado, meu filho, por vir mais uma vez encontrar-se comigo.
— Fiquei o resto da semana aguardando ansiosamente este momento, Senhor!
— Eu sei. Também ansiei por este encontro. Vejo que a paz permaneceu em teu coração!
— Sim, Jesus, depois daquele nosso primeiro encontro, desapareceu de meu coração aquela angústia que me atormentou por dias. Obrigado por me ajudar!
Senti, como daquela primeira vez, que Jesus me sorria.
— Quando a humanidade entenderá que eu só posso estar feliz quando todos os que o Pai me confiou estiverem felizes. O teu menor sofrimento é também meu sofrimento. O menor dor de teu irmão é também a minha dor.
Lembrei-me da esmola que dera na entrada da Igreja e disse a Cristo:
— Hoje eu dei esmolas para todos os mendigos que ficam na entrada da Igreja. O Senhor ficou feliz com essa minha atitude?
Jesus demorou-se alguns segundos até responder.
— Essa esmola deixou tua consciência bem tranqüila, não é mesmo? Achas que devo computar esse teu ato no livro da tua salvação?
— Espero que sim, Senhor! — respondi quase que imediatamente.
— Ah, meu filho querido! Como a humanidade desvirtuou o sentido das minhas palavras...!
Percebi certa tristeza e até decepção nessas palavras de Jesus.
— Não entendo, Senhor! Não nos pedistes para que déssemos esmolas aos pobres? Deverias alegrar-te com minha ação!
— Meu filho, meu filho! Parece-me que só os primeiros cristãos perceberam o sentido das minhas palavras. Nunca dê esmolas para agradar o teu coração e procurar tua salvação: é puro egoísmo e não um ato gratuito de fé e de amor. Lembro que meus primeiros seguidores davam esmolas para fazer justiça num mundo injusto: a esmola era um sinal do Reino de Meu Pai neste mundo. Eles davam esmolas para tornar este mundo mais justo e não para se salvarem! Procura, meu filho, agir como eles agiam.
Fiquei sem saber o que dizer. Por fim, disse ao Senhor:
— Mas Jesus... Eu aprendi dessa maneira que fiz. Ninguém nunca ensinou-me de maneira diferente... dessa maneira que me ensinas agora...
— Por isso eu disse que a humanidade desvirtuou minhas palavras. Medita este ensinamento, meu amado filho, e vá transformando teu coração. A missa já está terminando. Vá em paz, que eu estarei sempre te acompanhando. Até nosso próximo encontro!
Chegando à Igreja, chamou-me a atenção um grupo de mendigos, que todos os dias ficam à entrada pedindo esmolas. Jamais lhes dei alguma coisa, pois sempre os julguei parasitas sociais que pegariam minha esmola e correriam para o primeiro bar a fim de se embriagarem. Naquele Domingo, porém, ao vê-los, abri minha carteira e distribui alguns trocados entre todos. Minha família, que nada sabia do meu encontro com Cristo, olhou-me com espanto; minha esposa, inclusive, tentou puxar-me pelo braço, mas nada conseguindo, foi entrando com nossos filhos, deixando-me sozinho.
Fiquei pensando comigo: “Jesus está vendo este meu ato de bondade e, com certeza, há de se alegrar comigo! Isso contará para a minha salvação!”
Entrei na Igreja sem olhar para ninguém, juntei-me à família e participei o mais piedosamente possível da missa, que pareceu estender-se mais do que nunca. Finalmente, chegou o momento da comunhão, fui para a fila, comunguei, voltei para meu lugar, ajoelhei-me e disse mentalmente para Jesus:
— Eis-me aqui, Jesus. Fala que eu te escuto.
E permaneci em silêncio, de olhos fechados, aguardando. Depois de alguns instantes, senti Jesus falar comigo.
— Obrigado, meu filho, por vir mais uma vez encontrar-se comigo.
— Fiquei o resto da semana aguardando ansiosamente este momento, Senhor!
— Eu sei. Também ansiei por este encontro. Vejo que a paz permaneceu em teu coração!
— Sim, Jesus, depois daquele nosso primeiro encontro, desapareceu de meu coração aquela angústia que me atormentou por dias. Obrigado por me ajudar!
Senti, como daquela primeira vez, que Jesus me sorria.
— Quando a humanidade entenderá que eu só posso estar feliz quando todos os que o Pai me confiou estiverem felizes. O teu menor sofrimento é também meu sofrimento. O menor dor de teu irmão é também a minha dor.
Lembrei-me da esmola que dera na entrada da Igreja e disse a Cristo:
— Hoje eu dei esmolas para todos os mendigos que ficam na entrada da Igreja. O Senhor ficou feliz com essa minha atitude?
Jesus demorou-se alguns segundos até responder.
— Essa esmola deixou tua consciência bem tranqüila, não é mesmo? Achas que devo computar esse teu ato no livro da tua salvação?
— Espero que sim, Senhor! — respondi quase que imediatamente.
— Ah, meu filho querido! Como a humanidade desvirtuou o sentido das minhas palavras...!
Percebi certa tristeza e até decepção nessas palavras de Jesus.
— Não entendo, Senhor! Não nos pedistes para que déssemos esmolas aos pobres? Deverias alegrar-te com minha ação!
— Meu filho, meu filho! Parece-me que só os primeiros cristãos perceberam o sentido das minhas palavras. Nunca dê esmolas para agradar o teu coração e procurar tua salvação: é puro egoísmo e não um ato gratuito de fé e de amor. Lembro que meus primeiros seguidores davam esmolas para fazer justiça num mundo injusto: a esmola era um sinal do Reino de Meu Pai neste mundo. Eles davam esmolas para tornar este mundo mais justo e não para se salvarem! Procura, meu filho, agir como eles agiam.
Fiquei sem saber o que dizer. Por fim, disse ao Senhor:
— Mas Jesus... Eu aprendi dessa maneira que fiz. Ninguém nunca ensinou-me de maneira diferente... dessa maneira que me ensinas agora...
— Por isso eu disse que a humanidade desvirtuou minhas palavras. Medita este ensinamento, meu amado filho, e vá transformando teu coração. A missa já está terminando. Vá em paz, que eu estarei sempre te acompanhando. Até nosso próximo encontro!
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